" Menina Cecília
Deve estranhar a minha atitude mas compreende que simpatizei com você desde aquele dia à noite que fui d'automovel com o Sr. Jorge visitar o namoro dele a Paredes.
Era para lhe confessar o amor que por si sinto naquele dia que fui receber aí a sua casa mas exitei e adivinhei.
Quarta-feira quando fui novamente a sua casa era para ter uma entrevista com você, mas qual o meu espanto quando bati à porta e me apareceu sua mãezinha.
Fui para casa triste, aborrecido e pensei cá para mim, quando estava a jantar! Estará doente?
Você Cecília obrigou-me a pensar, a fazer preces ao Divino para conseguir decifrar esse inigma que a sua angelica e perturbante beleza encerrou sobre mim desde o primeiro dia em que a vi.
Porque seria que desses seus olhos cheios d'amor e de espernaça (para mim) dimanava de quando em vez um olhar d'odio para mim?
Por Deus lhe peço Cecília que não me castigue assim tão cruelmente.
Não me afaste de si, e não se afaste do meu amor, porque seria uma iniquidade.
Ame Cecília e seja amada, e resuma nisto a vida. Não esmague com desprezo esta flor nascente.
Não lho mereço creia, porque ainda cobre a terra, e não há amor mais sincero e mais puro do que o do José.
Esperando pois a sua resposta favorável às minhas desculpas sou este iterno mas infeliz admirador."
José Oliveira Carvalho
21-12-1939
Esta carta foi escrita pelo meu avô (pai do meu pai) à minha avó (na altura ainda não casados), em 1939. Na altura o meu avô nem sabia bem o nome dela...:) tratava-a por Cecília (todos a tratavem por Cilinha... deve ser daí) - mas o nome dela é Lucília :)
Hoje, o meu avô levanta-se e deixa a minha avó sozinha todo o dia... se estão juntos é para se criticarem e refilarem um com o outro...
pergunto:
Para onde foi o amor do José?
Deve estranhar a minha atitude mas compreende que simpatizei com você desde aquele dia à noite que fui d'automovel com o Sr. Jorge visitar o namoro dele a Paredes.
Era para lhe confessar o amor que por si sinto naquele dia que fui receber aí a sua casa mas exitei e adivinhei.
Quarta-feira quando fui novamente a sua casa era para ter uma entrevista com você, mas qual o meu espanto quando bati à porta e me apareceu sua mãezinha.
Fui para casa triste, aborrecido e pensei cá para mim, quando estava a jantar! Estará doente?
Você Cecília obrigou-me a pensar, a fazer preces ao Divino para conseguir decifrar esse inigma que a sua angelica e perturbante beleza encerrou sobre mim desde o primeiro dia em que a vi.
Porque seria que desses seus olhos cheios d'amor e de espernaça (para mim) dimanava de quando em vez um olhar d'odio para mim?
Por Deus lhe peço Cecília que não me castigue assim tão cruelmente.
Não me afaste de si, e não se afaste do meu amor, porque seria uma iniquidade.
Ame Cecília e seja amada, e resuma nisto a vida. Não esmague com desprezo esta flor nascente.
Não lho mereço creia, porque ainda cobre a terra, e não há amor mais sincero e mais puro do que o do José.
Esperando pois a sua resposta favorável às minhas desculpas sou este iterno mas infeliz admirador."
José Oliveira Carvalho
21-12-1939
Esta carta foi escrita pelo meu avô (pai do meu pai) à minha avó (na altura ainda não casados), em 1939. Na altura o meu avô nem sabia bem o nome dela...:) tratava-a por Cecília (todos a tratavem por Cilinha... deve ser daí) - mas o nome dela é Lucília :)
Hoje, o meu avô levanta-se e deixa a minha avó sozinha todo o dia... se estão juntos é para se criticarem e refilarem um com o outro...
pergunto:
Para onde foi o amor do José?